sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Aquilo Que Fui

Aquilo que fui, que sei que fui,
Não voltarei a ser jamais!
Por muito que esta dor me invada,
Que esta revolta se instale,
Não voltarei a viver a felicidade inconsciente
De quando não tinha consciência!
Agora tenho noção do mundo, da sociedade.
E guardo dentro de mim
A vontade de explodir, rebentar.
Mas não posso, sei que não posso...
Ao contrário trabalho em mim a minha tolerância
A minha capacidade de lidar com tanta hipocrisia.
Queria partir. Sair a caminho do infinito
Como um lama que procura a solidão
Em busca da paz interior...
Paz interior... Já não sei o que isso é.
Fecho os olhos e vejo as injustiças cometidas.
Aquilo que foi, que não devia ser,
Mas que é apesar de tudo!
E imagino-me a ser outro, o meu irmão talvez,
Para na inocência dos seus seis anos
Não ter consciência da realidade do mundo!
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