O Escolhido
Não sabia porquê nem por quem, apenas sabia que era perseguido por seres que eram incansáveis na sua procura e não lhe davam descanso. Perseguiam-no desde a aldeia de onde ele provinha. Ele desconhecia aquilo que os motivava. Na verdade desconhecia que tivesse feito mal a alguém. No entanto aqueles que perguntaram por ele na estalagem tinham tudo menos um ar amigável. Na verdade tinham um ar assustador, pavoroso mesmo. Tanto que ele, sem sequer se mostrar, fugiu o mais depressa possível seguindo em direcção há floresta.
Seguindo fora do caminho trilhado na floresta ele esperava despistar os seus perseguidores mas passados alguns minutos sentiu-os na sua retaguarda. Não precisava de os ver para saber que eles lá estavam, a poucas centenas de metros. Ia avançando por entre as árvores desbravando caminho que não era usado senão por lebres ou outros animais de pequeno porte existentes naquela zona. Tentava passar por entre mato e silvas sem deixar vestígios mas era escusado... eles continuavam na sua peugada.
Redobrou a velocidade do seu andamento, mas não adiantava, eles não descolavam. Pelo contrário, parecia que cada vez estavam mais perto. Decidiu que não adiantava avançar pelo meio do mato pois não os conseguia despistar e apenas se cansava mais. Voltou então ao trilho usado pelos aldeões. Esperando que tivesse vantagem num terreno melhor avançou sem saber bem para onde se dirigia, querendo apenas seguir na direcção contrária à dos três personagens que o seguiam.
O caminho era sinuoso mas o luar, que se não fosse o perigo que corria o teria enfeitiçado com a sua beleza, iluminava-lhe o caminho permitindo-lhe desviar dos obstáculos que lhe apareciam ao caminho. Avançava a um ritmo em que jamais tinha avançado, ainda assim não se afastava. A noite era já longa e ele estava a fugir há mais de sete horas.
O Sol nascia entre as árvores! Ele cambaleava depois da noite mais cansativa da sua vida. Subitamente ele deixou de sentir a presença dos seres misteriosos que tanto o aterrorizaram! Sentiu que podia descansar em paz pois eles já não o rondavam no entanto duvidava que eles tivessem simplesmente desistido do que não desistiram durante toda a noite. Ele não podia parar. Tinha medo que durante a sua pausa eles voltassem para o surpreender depois de lhe terem dado uma falsa sensação de segurança. Tinha de continuar aproveitando a sua ausência para descolar de uma vez por todas da sua perseguição. Juntando todas as forças que lhe restavam acelerou o passo retomando a sua marcha.
O Sol ia já no seu zénite quando por cima das copas das árvores começou a aparecer o cume de uma montanha. Ele foi-se arrastando até sair da floresta e chegar ao seu sopé onde caiu inconsciente. O cansaço tinha-o finalmente vencido.
De repente ele acordou sobressaltado. Já era de noite e sentia-os de novo. Mais perto do que nunca. Pensou em fugir mas quando se levantou estava já cercado por três pessoas inumanas. Não fosse pelo terror que impunham nas pessoas e os caninos sobre-desenvolvidos até passariam por humanos normais. A reacção foi tal que ele caiu para trás tentando em vão afastar-se em direcção ao declive da montanha mas era impossível de subir e muito menos de costas.
Ali estava ele pronto a morrer sem saber o porquê... Ali estava ele, que apesar de não se considerar cobarde, pelo contrário, tremia de medo frente a estes seres que desconhecia enquanto eles se preparavam para o atacar. Com a encosta a trás de si, um ser à sua esquerda, outro à sua direita e um à sua frente sabia que não tinha hipóteses de sobrevivência...
É aí que o ser que está à sua frente avança para o atacar e ele instintivamente se impulsiona para cima dando um mortal encarpado com meia pirueta caindo nas costas daquele que o ia para matar. Com um movimento de braços parte-lhe o pescoço virando-o do avesso. Com a sua mão esquerda tira a espada do ser que ainda estava embainhada e num instante em que ninguém percebeu o que se estava a passar ele já tinha enfiado a espada no peito do ser que estava à sua direita e saltava para o que estava à sua esquerda, mas nisto o ser salta para o lado desviando-se da estucada que o humano lhe dirigia. Este nem sabia o que estava a fazer, nunca tinha pegado numa espada antes. Reagia apenas por instinto e foi o instinto que o fez rodar a espada para a sua esquerda de baixo para cima bloqueando um golpe que lhe tinha sido dirigido. Agora ele saltava e bloqueava os golpes sucessivos que o ser lhe dirigia, também aqui era o instinto que o guiava. Um instinto que ele desconhecia e que não sabia de onde vinha! O ser dirigia-lhe agora um golpe circular da direita para a esquerda ao qual ele respondeu baixando-se e dando um passo à sua esquerda passando por baixo da espada do seu inimigo e atingindo-o com a sua nas costas. Aproveitando a surpresa deste enfiou-lhe a espada nas costas trespassando-o no peito.
Deixou-se cair e ali ficou horas... Até que, já o dia se preparava para nascer, um velho chegou... Era o velho contador de histórias da aldeia... Observou a cena e perante a surpresa do jovem declarou:
"Diz a lenda que um dia chegará em que "O Escolhido" nos livrará para sempre dos demónios da noite! Esse dia chegou finalmente!"
Seguindo fora do caminho trilhado na floresta ele esperava despistar os seus perseguidores mas passados alguns minutos sentiu-os na sua retaguarda. Não precisava de os ver para saber que eles lá estavam, a poucas centenas de metros. Ia avançando por entre as árvores desbravando caminho que não era usado senão por lebres ou outros animais de pequeno porte existentes naquela zona. Tentava passar por entre mato e silvas sem deixar vestígios mas era escusado... eles continuavam na sua peugada.
Redobrou a velocidade do seu andamento, mas não adiantava, eles não descolavam. Pelo contrário, parecia que cada vez estavam mais perto. Decidiu que não adiantava avançar pelo meio do mato pois não os conseguia despistar e apenas se cansava mais. Voltou então ao trilho usado pelos aldeões. Esperando que tivesse vantagem num terreno melhor avançou sem saber bem para onde se dirigia, querendo apenas seguir na direcção contrária à dos três personagens que o seguiam.
O caminho era sinuoso mas o luar, que se não fosse o perigo que corria o teria enfeitiçado com a sua beleza, iluminava-lhe o caminho permitindo-lhe desviar dos obstáculos que lhe apareciam ao caminho. Avançava a um ritmo em que jamais tinha avançado, ainda assim não se afastava. A noite era já longa e ele estava a fugir há mais de sete horas.
O Sol nascia entre as árvores! Ele cambaleava depois da noite mais cansativa da sua vida. Subitamente ele deixou de sentir a presença dos seres misteriosos que tanto o aterrorizaram! Sentiu que podia descansar em paz pois eles já não o rondavam no entanto duvidava que eles tivessem simplesmente desistido do que não desistiram durante toda a noite. Ele não podia parar. Tinha medo que durante a sua pausa eles voltassem para o surpreender depois de lhe terem dado uma falsa sensação de segurança. Tinha de continuar aproveitando a sua ausência para descolar de uma vez por todas da sua perseguição. Juntando todas as forças que lhe restavam acelerou o passo retomando a sua marcha.
O Sol ia já no seu zénite quando por cima das copas das árvores começou a aparecer o cume de uma montanha. Ele foi-se arrastando até sair da floresta e chegar ao seu sopé onde caiu inconsciente. O cansaço tinha-o finalmente vencido.
De repente ele acordou sobressaltado. Já era de noite e sentia-os de novo. Mais perto do que nunca. Pensou em fugir mas quando se levantou estava já cercado por três pessoas inumanas. Não fosse pelo terror que impunham nas pessoas e os caninos sobre-desenvolvidos até passariam por humanos normais. A reacção foi tal que ele caiu para trás tentando em vão afastar-se em direcção ao declive da montanha mas era impossível de subir e muito menos de costas.
Ali estava ele pronto a morrer sem saber o porquê... Ali estava ele, que apesar de não se considerar cobarde, pelo contrário, tremia de medo frente a estes seres que desconhecia enquanto eles se preparavam para o atacar. Com a encosta a trás de si, um ser à sua esquerda, outro à sua direita e um à sua frente sabia que não tinha hipóteses de sobrevivência...
É aí que o ser que está à sua frente avança para o atacar e ele instintivamente se impulsiona para cima dando um mortal encarpado com meia pirueta caindo nas costas daquele que o ia para matar. Com um movimento de braços parte-lhe o pescoço virando-o do avesso. Com a sua mão esquerda tira a espada do ser que ainda estava embainhada e num instante em que ninguém percebeu o que se estava a passar ele já tinha enfiado a espada no peito do ser que estava à sua direita e saltava para o que estava à sua esquerda, mas nisto o ser salta para o lado desviando-se da estucada que o humano lhe dirigia. Este nem sabia o que estava a fazer, nunca tinha pegado numa espada antes. Reagia apenas por instinto e foi o instinto que o fez rodar a espada para a sua esquerda de baixo para cima bloqueando um golpe que lhe tinha sido dirigido. Agora ele saltava e bloqueava os golpes sucessivos que o ser lhe dirigia, também aqui era o instinto que o guiava. Um instinto que ele desconhecia e que não sabia de onde vinha! O ser dirigia-lhe agora um golpe circular da direita para a esquerda ao qual ele respondeu baixando-se e dando um passo à sua esquerda passando por baixo da espada do seu inimigo e atingindo-o com a sua nas costas. Aproveitando a surpresa deste enfiou-lhe a espada nas costas trespassando-o no peito.
Deixou-se cair e ali ficou horas... Até que, já o dia se preparava para nascer, um velho chegou... Era o velho contador de histórias da aldeia... Observou a cena e perante a surpresa do jovem declarou:
"Diz a lenda que um dia chegará em que "O Escolhido" nos livrará para sempre dos demónios da noite! Esse dia chegou finalmente!"
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